• A HRA Pharma Rare Diseases, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), e com a Unidade Local de Saúde (ULS) Santa Maria e o BIOBANCO-iMM (Centro Académico de Medicina de Lisboa), lança uma campanha de sensibilização sobre a Síndrome de Cushing.
• O diagnóstico precoce da Síndrome de Cushing pode melhorar a qualidade de vida do paciente.
Elaboração Farmacosalud.com
" A síndrome de Cushing endógena é rara e o seu diagnóstico é muitas vezes tardio, podendo demorar muitos anos", diz a Prof. Dra. Maria João Bugalho, antiga diretora do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo da ULS Santa Maria, por ocasião do Dia Mundial da Síndrome de Cushing (8 de abril de 2024). A HRA PHARMA Rare Diseases, promove uma campanha de sensibilização sobre esta síndrome, em colaboração com a SPEDM, com a ULS Santa Maria, e com o BIOBANCO-iMM. O foco principal da iniciativa é alertar e sensibilizar a comunidade para esta doença rara, através da partilha de informação e divulgação de um vídeo informativo sobre a Síndrome de Cushing com a participação da própria Prof. Dra. Maria João Bugalho e a colaboração de uma doente.
A síndrome de Cushing endógena é rara, e estima-se que afete 40-70 pessoas por milhão, e a sua incidência anual é de cerca de 1,8-3,2 casos por milhão de habitantes. Em Portugal, haverá cerca de 400-700 pacientes com síndrome de Cushing, e serão diagnosticados 18-32 novos casos todos os anos.
Manifestações clínicas da síndrome de Cushing
A síndrome de Cushing resulta de níveis elevados de cortisol no sangue (hipercortisolismo). “A síndrome é uma constelação de manifestações clínicas resultantes de níveis cronicamente elevados de glicocorticóides, - diz a Prof. Dra. Maria João Bugalho - devido ao excesso de produção, ou à exposição a doses farmacológicas, de glicocorticóides. Afeta mais mulheres do que homens e, especialmente, a faixa etária entre os 30-40 anos".
O quadro clínico inclui aumento de peso (sobretudo na região abdominal), face arredondada e rosada, estrias violáceas, atrofia muscular dos membros inferiores, no sexo feminino excesso de pêlos no rosto, peito e costas, diabetes mellitus, hipertensão arterial e até alterações psicológicas.
O cortisol tem funções importantes e necessárias no nosso organismo. Para além da adaptação ao stress, o cortisol tem outras funções que incluem a manutenção da pressão arterial em níveis normais, o controlo do açúcar no sangue e do metabolismo bem como um efeito anti-inflamatório e imunossupressor. No entanto, demasiado cortisol pode provocar efeitos nocivos.
A síndrome de Cushing pode ser tratada
O tratamento da síndrome de Cushing visa reduzir os níveis de cortisol e os seus efeitos. Se o organismo estiver a produzir demasiado cortisol devido a um tumor da hipófise, que produz a hormona ACTH, que, por sua vez, estimula excessivamente as glândulas suprarrenais, o tratamento é a cirurgia da glândula da hipófise, embora também possa ser necessário fazer radioterapia. No caso de existir um tumor benigno da suprarrenal, que produza primariamente cortisol, o tratamento é a cirurgia. Noutras causas, felizmente mais raras, como o carcinoma da suprarrenal, ou a produção de ACTH por tumores localizados fora da hipófise, podem ser necessários a cirurgia e outros tratamentos.
"Uma cirurgia pode curar", diz a Dra. Ema Lacerda Nobre, atual diretora do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Hospital Santa Maria de Lisboa. "Quando a cirurgia não cura, o tratamento farmacológico pode permitir controlar a doença", conclui a especialista.
A importância do papel do endocrinologista e do diagnóstico precoce
É essencial, perante o aparecimento de sintomas, haver uma suspeita diagnóstica, e, neste caso, uma avaliação por um especialista em endocrinologia, pois o diagnóstico precoce evitará uma maior deterioração física e mental, e uma maior perda de qualidade de vida.
A síndrome de Cushing está associada a uma elevada taxa de morbilidade que pode incluir alterações psicológicas de caráter depressivo, que afetam significativamente a qualidade de vida e a atividade social e profissional do paciente. Un diagnóstico precoce e um tratamento adequado, com a participação de uma equipa multidisciplinar, são essenciais para tratar a Síndrome de Cushing.
Pode consultar mais informação sobre a Síndrome de Cushing disponível no site da SPEDM (link aqui).