• O diagnóstico precoce desta doença rara, pode melhorar a qualidade de vida do paciente
• A HRA Pharma Rare Diseases, em colaboração com o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, EPE, Hospital Santa Maria de Lisboa, e BIOBANCO-IMM (Centro Académico de Medicina de Lisboa), acaba de lançar uma campanha de sensibilização sobre a Síndrome de Cushing
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"Por vezes o diagnóstico da Síndrome de Cushing é tardio, podendo passar muito tempo até que seja feito um diagnóstico correto", diz a Dra. Maria João Bugalho, diretora do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Hospital Santa Maria de Lisboa, por ocasião do Dia Mundial da Síndrome de Cushing (8 de abril de 2023).
A Dra. Maria João Bugalho participou numa campanha de sensibilização sobre esta síndrome, desenvolvida pela HRA PHARMA Rare Diseases, em colaboração com o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte. O foco principal da iniciativa é um vídeo informativo sobre a Síndrome de Cushing com a participação da própria Dra. Maria João Bugalho e a colaboração de uma doente.
Excesso de cortisol no sangue
A síndrome de Cushing é rara e resulta de níveis elevados de cortisol no sangue (hipercortisolismo). O cortisol tem funções importantes e necessárias no nosso organismo. Para além da adaptação ao stress, o cortisol tem outras funções que incluem a manutenção da pressão arterial em níveis normais, o controlo do açúcar no sangue e do metabolismo bem como um efeito anti-inflamatório e imunossupressor. No entanto, demasiado cortisol pode provocar efeitos nocivos.
O quadro clínico inclui uma ou várias das seguintes componentes: aumento de peso (sobretudo na região abdominal), face arredondada e rosada, estrias violáceas, atrofia muscular dos membros inferiores, no sexo feminino excesso de pelos no rosto, peito e costas, Diabetes Mellitus, hipertensão arterial e até alterações psicológicas. "A síndrome de Cushing - diz a Dra. Maria João Bugalho - é uma constelação de manifestações clínicas resultantes de níveis cronicamente elevados de glicocorticóides, devido ao excesso de produção, ou à exposição a doses farmacológicas, de glicocorticóides. Afeta mais mulheres do que homens e, especialmente, a faixa etária entre os 30-40 anos". "A síndrome de Cushing endógena é rara", especifica a especialista.
A síndrome de Cushing pode ser tratada
O tratamento da síndrome de Cushing visa reduzir os níveis de cortisol e os seus efeitos. Se o organismo estiver a produzir demasiado cortisol devido a um tumor da hipófise, que produz a hormona ACTH, que, por sua vez, estimula excessivamente as glândulas suprarrenais, o tratamento é a cirurgia da glândula da hipófise, embora também possa ser necessário fazer radioterapia. No caso de existir um tumor benigno da suprarrenal, que produza primariamente cortisol, o tratamento é a cirurgia. Noutras causas, felizmente mais raras, como o carcinoma da suprarrenal, ou a produção de ACTH por tumores localizados fora da hipófise, podem ser necessários a cirurgia e outros tratamentos.
"Uma cirurgia pode curar", diz a Dra. Maria João Bugalho. "Em alguns pacientes em remissão, a terapêutica de substituição pode ser necessária, transitória ou definitivamente. Quando a cirurgia não cura, o tratamento farmacológico pode permitir controlar a doença", conclui a especialista.
A importância do papel do endocrinologista e do diagnóstico precoce
É essencial, perante o aparecimento de sintomas, haver uma suspeita diagnóstica, e, neste caso, uma avaliação por um especialista em endocrinologia, pois o diagnóstico precoce evitará uma maior deterioração física e mental, e uma maior perda de qualidade de vida.
A síndrome de Cushing está associada a uma elevada taxa de morbilidade que pode incluir alterações psicológicas de caráter depressivo, que afetam significativamente a qualidade de vida e a atividade social e profissional do paciente.
Un diagnóstico precoce e um tratamento adequado, com a participação de uma equipa multidisciplinar, são essenciais para tratar a Síndrome de Cushing.
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